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Talvez



No meu caminho, em todas as portas e esquinas, encontro você, com seus olhos indecisos até na cor de ser, seu ombro largo que lhe ocupa quase todo o espaço e, no pescoço, uma plaquinha onde se lê: “talvez”. Talvez sejamos nós na próxima curva, ou talvez sejamos apenas eu, na íntegra, e você, somente em corpo, com a alma esquecida em qualquer lugar, na sua chamada “distância segura”. Talvez você não veja nos meus olhos marejados o quão óbvio esse sentimento pode ser algumas vezes. Talvez você não sinta, na ponta dos dedos da minha mão macia, o arrepio que o toque deveria causar. Talvez você não pense, no seu futuro meticulosamente planejado, que possa haver espaço para alguém que te bagunce. Talvez, então, você não me pertença, por pura cegueira, frieza ou insensatez. Talvez o seu amor cheio de dúvidas seja pouco pra mim. Mas, ainda assim, eu sei que sou sua. E essa é a única frase que sei formular sobre nós sem a palavra “talvez”.
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2 comentários:

  1. Ótimo texto. O talvez é péssimo. Não ter certeza ou não ter certeza de algo é horrível!

    Beijos, Romário.
    www.naomeentendamal.com.br

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  2. Ownt, lindo o texto :')

    my-dreams-perfects.blogspot.com

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