Às vezes os pais colocam os argumentos de forma que parecem nos fazer
escolher entre seu apoio, amor e orgulho e os nossos sonhos. Eu estava
assistindo “Enrolados” e, (sei que é só um desenho, mas vale a reflexão), tem
uma cena em que a mocinha pede para sair da torre e a sua suposta mãe a
convence a ficar, cantando uma musiquinha idiota que diz que “mamãe sabe mais”.
No caso do filme, isso ocorre intencionalmente e de modo perverso, só que
ocorre intencionalmente na vida real também. Os pais usam – deliberadamente –
todos os argumentos que puderem, inclusive o drama, para nos fazer desistir
daquilo que discordam. E, sem eufemismos, isso é manipulação. O que os diferencia do filme é que eles não querem ser
perversos, embora às vezes o sejam, eles só querem evitar o sofrimento da
prole.
A mamãe realmente sabe mais, mas ela não pode transferir pros filhos tudo
o que sabe. Eles não querem ser uma reprodução das experiências dela. Esse
comportamento superprotetor, inclusive, costuma gerar aversão. O filho nem sabe
o que quer, mas sabe que não quer ser como o pai. Grande bobagem. Todos têm os
pais como base de si mesmos.
O fato é que os filhos têm que viver suas experiências, decepcionantes ou
não. O papel do pai é deixar claro que, ainda que discorde, não vai desamparar.
Joguinhos, manipulações e afins só nos afastam de quem amamos. Minha mãe não
foge à regra: cai bruscamente no meu conceito quando faz algo do tipo, mas já
me acostumei com a personalidade dela (18 anos depois também, né). Hoje rimos
quando a acuso de ser dramática. Uma parte de mim é ela por inteiro, então conheço seus truques.
Os pais podem ser absurdos às vezes, mas são só humanos. Nessa relação de
amor e ódio, usam tudo o que têm para que sejamos deles o máximo de tempo
possível. Acho que não se pode culpá-los por isso.
Muitas vezes os pais sabem que aquilo não vai dar certo, mas como dizem por aí, "só se aprende batendo a cara". Eu já assisti esse filme, até o meu plano de fundo de PC é ela (rsrs).♥
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