Nele. Aparecem furinhos em
suas bochechas, como nas minhas. Os lábios ganham uma tonalidade diferente de
rosa. Seus dentes claros aparecem discretamente sobre o canto esquerdo que
sempre fica levemente mais repuxado. Surgem algumas rugas de expressão sobre a
testa. A sobrancelha direita se eleva. O queixo se torna ainda mais anguloso e
a cabeça se move em acenos quase que involuntários.
No mundo. A Terra continua
rodando sobre o eixo da mesma órbita, as pessoas se decepcionam, se despedem,
se reencontram e se procuram. O sinal abre, os carros passam, a vida segue.
Tudo o que tem que se mover, se move e tudo o que tem que permanecer,
permanece. Todos indiferentes à magia do sorriso que só eu assisto.
Em mim. Meu sorriso de
resposta é instantâneo. Meus olhos acompanham cada pequeno detalhe da sua
expressão. Minha mente se encarrega de tornar a cena ainda mais lenta. Meu
coração falha e, em seguida, acelera consideravelmente. Surge a vontade
repentina de guardá-lo pra mim, colocar no colo e torná-lo meu.
Nele. Volta a olhar adiante,
as mãos no volante. O motivo do sorriso já esquecido. A conversa volta à
leveza. As mãos trocam a marcha. O rosto se vira para o meu periodicamente. Indiferente
aos meus devaneios.
No mundo. Eu simplesmente não
ligo.
Em mim. O disfarce da minha
intensidade. O sorriso de quem guarda um segredo. E a promessa silenciosa de
que ele ainda pertencerá somente a mim.
Adorei, alias estou adorando esses textos que o blog vem publicando!
ResponderExcluirdocefuturo.blogspot.com.br